segunda-feira, 26 de junho de 2017

Breve relato da presença beneditina no Brasil


Os monges beneditinos vieram ao Brasil, originários de Portugal, em 1575, para analisar a viabilidade de estabelecerem um mosteiro em terras brasileiras. O local escolhido foi Salvador, na Bahia, cidade fundada em 29 de março de 1549 com a chegada de Tomé de Souza, primeira capital do Brasil, onde fora celebrada a primeira Missa pelo padre Manoel da Nóbrega e onde se estabelecera a primeira família cristã registrada: Diogo Álvares Caramuru, Fidalgo da Casa Real de D. João III de Portugal, que ali chegara em 1509, e sua mulher, a índia da tribo Tupinambá, Paraguassu, batizada em 30/07/1528, em Saint-Maio na França, com o nome de Katherine du Brèsil (Catarina do Brasil). A comunidade que então se formara pedia a presença dos monges.
Em 1580, o Capítulo Geral da Congregação Lusitana da Ordem de São Bento, reunido no Mosteiro de São Tirso, aprovou a fundação do Mosteiro de São Bento da Bahia, que viria a ser o primeiro do Novo Mundo. Na Páscoa de 1582- Padre Frei Antônio Ventura do Latrão e alguns monges, oriundos do Mosteiro de São Martinho de Tibães, Casa Geral da Congregação Lusitana, chegaram à Bahia, estabelecendo-se numa pequena Ermida dedicada a São Sebastião, num terreno fora da cidade.

Abadia de São Martinho de Tibães

Em 1584, o Mosteiro de São Sebastião da Bahia, mais conhecido como Mosteiro de São Bento da Bahia, foi elevado à categoria de Abadia. Em 1586, recebeu de Catarina Paraguassu, em doação, a Ermida de Nossa Senhora da Graça, por ela construída em 1530, com o edifício anexo. Com isso foi fundado o Mosteiro de Nossa Senhora da Graça como dependência da abadia baiana. Desta forma consolidaram-se o Mosteiro de São Bento da Bahia e os primeiros beneditinos no Brasil.


Os monges baianos partiram, então, para fundar novos mosteiros em outras cidades da colônia, cujos moradores demandavam a presença beneditina. Assim surgiram os Mosteiros das cidades de Olinda em 1586, do Rio de Janeiro em 1590, da Paraíba em 1596 e de São Paulo em 1598.
Em 1596, o Mosteiro da Bahia recebe o título de Arquicenóbio do Brasil. É criada a Província Brasileira da Congregação Lusitana, tendo como Casa Geral a Abadia de São Sebastião da Bahia. Nesse mesmo ano os mosteiros de Olinda e Rio de Janeiro são elevados à condição de Abadia.
Em 1° de julho de 1827, o Papa Leão XII declarou desmembrados da Congregação Lusitana os Mosteiros do Brasil, tornando-os independentes sob a denominação de Congregação Beneditina Brasileira, por meio da Bula “Inter gravissima”.

Vista aérea do Mosteiro de São Bento da Bahia

Por ser o Mosteiro que deu origem à Congregação Beneditina Brasileira, o Papa João Paulo II concedeu ao Mosteiro da Bahia, em 1998, o título de Arquiabadia da Congregação Beneditina do Brasil.

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