quinta-feira, 30 de julho de 2020

Arquivo Histórico do Mosteiro de São Bento da Bahia


Arquivo Histórico do Mosteiro de São Bento da Bahia

  Seguindo a longa tradição beneditina de salvaguardar o conhecimento adquirido ao longo dos séculos, encontramos dentro do Arquivo Histórico do Mosteiro de São Bento da Bahia toda a memória da Congregação Beneditina do Brasil como também do primeiro Mosteiro fundado no novo mundo.




No acervo do arquivo, veremos obras cujas datas vão desde o século XVI até o XXI, escritas em diversos idiomas como: latim, alemão, grego, português arcaico e moderno, além de manuscritos dos primeiros momentos da instalação da primeira casa beneditina, fundada no Brasil, textos de teologia, filosofia, história da Igreja, História do Brasil, os preciosos 5 volumes do livro do tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia, onde encontramos o testamento da índia tupinambá princesa Catarina Paraguaçu, benfeitora deste Mosteiro. 




 Sendo um arquivo prioritariamente monástico, ele reserva, ainda, um precioso espaço para documentos relacionados à vida dos monges e abades beneditinos que viveram neste mosteiro, bem como crônicas da comunidade monástica de períodos diversos, passando pelos primeiros fundadores portugueses aos reformadores alemães do século XIX, livros de registro de missas, documentos históricos relativos à invasão holandesa de Salvador em 1624, breves pontifícios etc. Dentre as raridades preciosas que enriquecem as prateleiras rolantes, encontram-se alguns incunábulos que são livros impressos nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis, não escritos à mão, dentre eles possuímos beatus sententias duns scotus datado de 1503.



história da biblioteconomia nos mostra não somente o papel que fora utilizado na confecção dos livros, como também outros materiais, que dignificam o valor da coleção bibliográfica que foram utilizados para adornarem os frontispícios dos livros. No arquivo, encontraremos dentre eles: veludo, couro de carneiro e porco, ouro, prata  etc. Algumas coleções são únicas, como a biblioteca de ouro, composta de títulos comprados na Europa, após a II guerra mundial, organizada pelo antigo arquivista Dom José Edres, OSB. Em sua maioria escritos em alemão e latim. Publicações da antiga tipografia beneditina, que teve sua sede no Mosteiro de São Bento da Bahia, dentre eles o primeiro missal bilingue latim e português, organizado por Dom BedaKeckeisen,OSB, com ilustrações de Ir. Paulo Lachenmayer,OSB o Mosteiro de São Bento da Bahia de autoria de Dom Gregório Müller,OSB, e a monumental obra Os artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de janeiro de autoria do pesquisador Dom Clemente Maria da Silva Nigra,OSB. Outros autores importantes se fazem presentes como é o caso de Frei Vicente do Salvador, respeitável cronista que nos narra fatos interessantes do período colonial em sua obra História do Brasil.



As cartas de profissão monástica dos Monges são um importante legado desta instituição monástica, se estendem do século XVI ao XXI, são a fórmula da profissão religiosa monástica, lida no ato de sua consagração ao tornarem-se monges, de linguagem própria se distinguem tanto pela singeleza quanto riqueza da decoração com iluminuras. Um outro repositório importante são o conjunto de fotos que registra a vida dos monges da congregação beneditina, com registros desde o nascimento da fotografia.



Livros litúrgicos ricamente decorados com iluminuras e capitais ocupam o espaço do arquivo, como missais, lecionários em latim que possuem capas ricamente decoradas e que foram utilizados na liturgia da missa, e agora estão guardados para que sejam preservados da ação do tempo. Um grupo diverso e importante é o de livros que passaram pelo processo de restauro e na sua maioria perderam a capa original, tendo, porém, seu conteúdo preservado, recebendo a encadernação monástica com a capa de couro de carneiro curtido.




O arquivo do Mosteiro de São Bento é procurado por uma infinidade de pesquisadores das mais diversas aéreas do conhecimento, que buscam enriquecer seus trabalhos com informações verídicas, dando assim respaldo aos seus estudos.


terça-feira, 25 de junho de 2019

Elementos Iconográficos do Retábulo do Altar da Capela - mor do Mosteiro de São Bento da Bahia


A Ordem de São Bento é a primeira grande ordem monástica da Igreja do Ocidente. Os beneditinos estão implantados no noroeste da península Ibérica desde o séc. XI ainda antes de Portugal existir como nação independente. Os Mosteiros das ordens religiosas funcionavam como coluna vertebral da conquista cristã e recebiam com isso os favores dos reis católicos, mas foi a partir do século XVI quando foi escolhido como sede da Congregação de São Bento de Portugal e do Brasil que o Mosteiro de Tibães cresceu em prestígio e esplendor.


Vista do altar - mor da Igreja do Mosteiro de São Bento da Bahia,Século XIX
Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia

No século XVI, aportaram na Bahia de Todos os Santos os primeiros monges beneditinos que viam da suntuosa Abadia de São Martinho de Tibães. Os monges bentos como eram chamados vieram para fundar na Terra de Santa Cruz após 81 anos do “descobrimento” o primeiro Mosteiro de todo o novo mundo. Essa fundação é motivada pelo impulso missionário além-mar, incentivado pelo Concílio de Trento. Assim os beneditinos trouxeram todo o seu amplo conhecimento e cultura para a construção do novo Mosteiro usando toda a beleza e funcionalidade da arquitetura para a construção da nova casa, Calmon nos apresenta o panorama histórico:

A primeira ordem regular estabelecida no Brasil depois da Companhia, foi a de São Bento. Vimos os primeiros dêsse hábito às voltas com a conquista da Paraíba. Constou no Capítulo da mesma comunidade celebrado em Lisboa, em 1581, o pedido dos moradores da Bahia, para que viessem instalar-se aqui “monges desta nova reforma para sua consolação”. Realmente foram acolhidos com grande deferência e lhes deu o bispo a ermida de São Sebastião, já existente na rampa fronteira à porta da cidade, que se chamou de São Bento onde se elevou, enorme e rico mosteiro, que subsiste. No ano seguinte logravam os beneditinos as preferências da velha Catarina Àlvares, que em testamento (diferente de Caramuru, amigo dos Jesuítas), lhes legou as terras adjacentes da ermida de Nossa Senhora da Graça…[1]

A arte foi a mais poderosa arma que a Igreja Católica esgrimiu na guerra contra o movimento protestante. No início do século XVI, o sacerdote e teólogo alemão Martinho Lutero atacou severamente a veneração às imagens dos santos. Assim reagindo à ameaça, o Papa Paulo III convocou em meados do século XVI o Concílio de Trento, atribulado, o Concílio durou 18 anos e ficou conhecido como “Concílio da contra reforma”, deu início a uma serie de diretrizes que visavam a reafirmar e reforçar os dogmas e a disciplina dentro da Igreja Católica: a saber as imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos eram utilíssimas para o culto num mundo onde a esmagadora maioria não sabia ler. A arte é a expressão plástica dos ideais católicos da contra reforma, pois é com imagens que também se instrui o povo por que o povo vê com o coração. A exuberância dos símbolos religiosos era a melhor forma de honrar a Deus, de persuadir e de aumentar o exército de crentes.
Ao edificarem a Igreja do Mosteiro de São Bento da Bahia os monges beneditinos legaram-nos um dos exemplares mais preciosos da história patrimonial. Ao construírem o seu templo e ao exprimirem a sua fé através das expressões artísticas que para aí criaram atingiram um sublinhar estreito entre a liturgia e a arte e conseguiram que o seu mundo cultual se transformasse num mundo cultural
O atual templo dos monges Beneditinos da Bahia foi erigido de acordo com a planta do Irmão Donato Frei Macário de São João, este membro da comunidade veio junto com o grupo de Monges fundadores liderados pelo Frei Antônio Ventura, primeiro Abade do mosteiro nascente, assim cita Dom Gregório Müller:

“Idealizou a planta do novo edifício um membro da comunidade, o irmão Donato Fr. Macário de São João, do qual guarda o “Dietário” a seguinte memória: Fr. Macário de S. João trabalhou no ofício da arquitetura até morrer com grande zelo e desvelo... Deixou disposta em parte a planta deste mosteiro e da igreja nova com clareza necessária para sua execução. Faleceu aos 3 de abril de 1676. ”[2]


A Basílica dedicada ao mártir São Sebastião que está em destaque ao centro do retábulo aparece, Santo que dá nome à Basílica, nascido na Narbona, na Gália, e que foi centurião romano. É representado com a cara rapada e semblante juvenil, amarrado a um tronco de árvore, sofrendo o martírio das flechas, lenço cobrindo parte do corpo e por trás das pernas suas vestes de guerreiro.
Imagem de São Sebastião
Patrono da Basílica do Mosteiro de São Bento

Foi construída ao longo de vários abaciados, isso ocorreu por diversos motivos dentre eles a falta de recursos financeiros. A construção da mesma iniciou-se em 1680. A construção do atual retábulo - mor e de toda a igreja do mosteiro vêm da mentalidade da época de que tudo o que Deus nos dar para Ele deve se converter, é um testemunho que nada é demais para a casa de Deus. A chegada do conjunto do altar coincide com a substituição dos retábulos de madeira policromada e dourada pelo mármore, cujas mudanças começaram a ocorrer na segunda metade do séc. XIX. Assim nos diz Freire em relação a esta mudança estilística:

Ao longo do século XIX as irmandades, ordens terceiras e algumas ordens de religiosos regulares empreenderam reformas no interior de seus edifícios “[...] que consistiram no desmonte e destruição da antiga ornamentação em madeira entalhada, policromada e dourada erigida no século XVIII, e na substituição por outra ornamentação que fosse mais adequada à concepção estética e cultural daqueles novos tempos”. Destaca que o período mais frutífero em todo esse processo deu-se na primeira metade dos oitocentos, coincidindo com “[...] a vigência do primeiro período de prosperidade econômica, os 20 anos de depressão e fase posterior de recuperação”. Sendo prejudicada pela última fase de depressão acontecida de 1865 a 1888.[3]

O atual retábulo, que é o nosso principal objeto de estudo foi inaugurado e aberto ao público no dia 11 de julho de 1871, justamente segue o programa arquitetônico devido do Concílio Tridentino de que os santos deveriam ter o seu lugar de destaque, e assim vemos as figuras de São Bento e Santa Escolástica cada uma em seu nicho individual que é coroado com uma abóboda ou semi-cúpula. E ao centro São Sebastião trazendo em seus pés os atributos que o distingue como soldado romano (espada, armadura, capacete). O altar-mor com o respectivo retábulo, segundo a nota de encomenda e compra existente no arquivo do arquicénobio baiano, foi encarregada da execução a casa Fratelli Sechino, em Gênova – Itália, assim trata a cronica religiosa:


Esta obra monumental fôra continuada pelo plano primitivo, em 1854, sendo D. Abbade deral o padre-mestre Fr. Saturnino de Santa Clara Antunes, que governou até 1860, deixando encomendado altar e retabulo de pedra, de que foi incumbido o finado negociante Sechino, eu o fizera aos melhores esculptores da Italia, do mais fino marmore.[4]


Está à capela-mor toda ladeada por trígrifo elemento arquitetônico da arte neoclássica derivado dos templos gregos que demarcava o espaço onde era adorado o deus ou a deusa. Já na cultura cristã ele demarca o espaço do Deus dos cristãos. O programa ornamental do retábulo é neoclássico arqueológico, ou seja, os padrões que foram encontrados nas escavações presentes em Herculano e Pompeia.


Projeto do teto da capela - Mor com as tribunas, Século XIX

Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia


O conjunto escultórico em mármore de carrara foi trazido do além-mar (Itália) trázido desmontado em conjuntos de peças e aqui montado, tendo suas bases de alvenaria. Inspirado na cultura neoclássica apresenta elementos próprios da ornamentação do mundo grego e da arte cristã. Prender-nos-emos ao significado dos elementos no tocante à arte cristã. Erguem-se quatro colunas de ordem compósita, com frisos decorados com folhas de acanticas, frutos, pássaros, grinaldas e seres fantásticos. Assim sendo, a folha de acanto tem o significado da vitória daqueles que permaneceram fiéis ao seguimento de Cristo. O tratamento no chão da capela - mor é ricamente ilustrado com figuras geométricas.
Detalhe da ornamentação da coluna do retábulo

O chão da capella maior está todo ladrilhado á pedra mármore formando estrelas, e o mesmo ladrilhado continua em grande parte da nave, que depois de concluída a obra deve fica do mesmo modo ladrilhada. O mármore da obra da capella, mão-de-obra de tudo que está feito orça em mais de 300 contos de reis.
Ornamentação do chão da capela - mor 
Mosteiro de São Bento da Bahia

Na base do retábulo encontram-se quatro brasões em alto-relevo com atributos direcionados para a Sagrada Escritura e as celebrações litúrgicas ali realizadas. No primeiro brasão, vêem-se as tábuas dos dez mandamentos, uma cruz, ao fundo um ramo de palmeira e os três elementos envolvidos no ramo da figueira, no segundo temos um castiçal, um cálice, uma pala, um turibulo e a palma da palmeira com o ramo da videira envolvida nos objetos, na quarta: uma custódia, uma naveta e uma cruz grega, um lecionário envolvido por uma estola, mitra e báculo.
Ao olhar para o arco do triunfo que coroa o retábulo visualiza-se três figuras: Fé, Esperança e Caridade. Tais virtudes são chamadas de virtudes teologais e as encontramos na Sagrada Escritura no capítulo primeiro da Carta de São Paulo aos Coríntios. São elas virtudes sobrenaturais que todo cristão deve se esforçar a praticar em sua vida. Essas virtudes foram exaltadas na decoração das igrejas sobretudo no século XIX, para acentuar o combate contra os vícios capitais. De acordo com Freire (2006, p.419) “A alegoria das virtudes teologais foram as mais constantes e enfatizadas na talha baiana do Oitocentos. Isso porque são as principais virtudes e representam a essência da mensagem que a Igreja Católica desejava transmitir para os seus fiéis”.
Detalhe da liturgia na capela - mor

A mesa do altar-mor hoje deslocada de seu local original junto ao retábulo por conta das mudanças litúrgicas do Concílio Vaticano II, apresenta uma série de elementos tais como as tradicionais folhas de acanto. Depois nos lados folhas de videira e trigo ambas remetendo-se a simbologia eucarística do pão e do vinho. Ainda pavões nas laterias da mesa do altar significam a beleza do paraíso e finalmente ao centro do altar-mor a figura do pelicano ave enigmática que na simbologia cristã é referência do sacrifício de Cristo por toda humanidade ferida pelo pecado. 


Resultado de imagem para altar mor dos beneditinos pelicano






No alto nas paredes laterais da capela temos seis tribunas coroadas com rocailles conchas. Completa a ornamentação da capela os duas telas de grandes proporções de São Gregório Magno e Santa Hidelgardes encomendados em 1880 ao pintor genovês Paolo A. Ferraro.


Detalhe do quadro de Santa Hildegardes 
e o cadeiral monástico.

Completam o conjunto a mesa do altar, as credências e em plano inferior do corpo da capela-mor estão o cadeiral, ou estalas (em madeira), para a celebração dos ofícios, e as balaustradas em mármore coroadas por anjos que separam o espaço da capela-mor do transepto e da nave da igreja, para marcar a distinção entre o espaço reservado aos monges e a assembléia dos fiéis.





[1] CALMON, Pedro. História do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra,1963.
[2] MULLER. Gregório Os beneditinos na Bahia. Tipografia beneditina. Salvador-BA.
[3] FREIRE, Luiz Alberto. A talha neoclássica na Bahia. Rio de Janeiro: Versal, 2006.
[4] CÓDICE 34 – Capela-Mor 1860 – 1872. Salvador, Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Curso: Escultura Devocional Policromada


CURSO
ESCULTURA DEVOCIONAL POLICROMADA: TEORIA E PRÁTICA

DOCENTE:BEATRIZ RAMOS DE VASCONCELOS COELHO, RESTAURADORA E PROFESSORA EMÉRITA DA UFMG.


PROGRAMA:
5.08 – Segunda-feira
A escultura;
A policromia nas esculturas

6.08 – Terça-feira
Escultura devocional no Brasil;
Estudos iconográficos

7.08 – Quarta-feira
Materiais e técnicas;
Análise de esculturas

8.08 – Quinta-feira
Deterioração e suas causas;
Critérios e principais intervenções

9.08 – Sexta-feira (Parte prática)
Descrição
Análise histórica
Análise do estado de conservação
Documentação

10.08 - Sábado
Aula de campo 

Catedral Basílica
Igreja da Ordem terceira de São Domingos

Período: 05 a 10 de agosto de 2019
Horário: 14h às 17h
Carga horária: 20 horas
Valor: R$ 300,00
Vagas: 35
Inscrições: saobentoartes@gmail.com
Informações: (71) 2106-5200
Local: Colégio São Bento
Endereço: Avenida Sete de Setembro, Centro
Estacionamento: Ladeira das Hortas, 141 (Ao lado da Igreja do Mosteiro)
No final do curso o aluno receberá o certificado.

Público alvo: Historiadores, pesquisadores e restauradores da arte e interessados no tema.

Solicite a ficha de inscrição pelo e-mail: saobentoartes@gmail.com


quarta-feira, 18 de abril de 2018

OS BENEDITINOS E A ARTE NO BRASIL

Mas, o que é o belo? Santo Tomás de Aquino, falando sobre a beleza, nos diz que “pulcrum est quod visum placet”, ou seja, “é belo o que agrada ao ser visto”. Portanto, perceber o belo é desejar para si uma perfeição, uma harmonia, uma dignidade. É desejar informar-se por um valor, que se traduz em silêncio e contemplação.


Vista aérea do Mosteiro de São Bento da Bahia
1° Mosteiro de todo o novo mundo

Na verdade, o ideal de beleza desejado pelos monges nunca esteve desvinculado de um outro ideal: o de levar aos povos o Bom, o Belo e o Eterno, que é o próprio Deus. Assim, a primitiva abadia de Monte Cassino levantou-se ao lado da “ruína” do Império Romano não apenas para conquistar outras terras e povos, mas para evangelizá-los. Por isso, após celebrar os mil anos de frutífera presença no continente europeu, os filhos de São Bento, sediados no Mosteiro de Tibães, em Portugal, resolvem “conquistar para Cristo” outros povos, desembarcando definitivamente nas terras da Bahia, em 1581. Não nos esqueçamos que a religião foi princípio norteador da unidade na consolidação da pátria brasileira nascente. Ela impôs, às diversas raças aí misturadas, um mundo de representações mentais básico, que facilmente superpõe o mundo pagão dos índios e negros, através da hagiografia, tão adequada para abrir caminho ao cristianismo a indivíduos oriundos do politeísmo. A Igreja será o “centro das manifestações onde se moldava uma alma comum”.
O anseio místico de buscar a corporeidade através da imagem da luz, como reflexo da Luz, fez surgir, no continente americano o primeiro cenóbio das Américas e as primeiras manifestações da arte beneditina no Novo Mundo. Foi de fato na pequena ermida preexistente, fora dos muros da cidade, junto às portas de santa Luzia, dedicada ao mártir São Sebastião, então voltada para as águas, a fim de proteger a Bahia dos miasmas do mar, que se fixaram desde o início os “frades bentos”, como observa o antigo abade Dom Timóteo Amoroso Anastácio (+1994), ao referir-se ao labor da ordem que é, essencialmente, fruto do tempo: do tempo real em que, no anonimato, os monges puseram mãos à obra para edificar sua  morada, e esse outro tempo ao qual subordinam seu trabalho, não passível de medida, porque é um tempo do espírito, tempo de eternidade.
Desde os primeiros anos de sua chegada a Salvador, capital da Bahia, os monges beneditinos revelaram muito critério na escolha de seus arqui- tetos, artesãos e artistas. A própria vida monástica parece ter propiciado a formação de excelentes profissionais nos quadros da Ordem. A ação desses monges estendia-se, por vezes, à obra de outras comunidades ou mesmo obras civis, como foi o caso de frei Macário de São João (+1676). Esse arquiteto espanhol foi trazido à Bahia por iniciativa de outro monge arquiteto, frei Gregório de Magalhães (1603-1667), que fora colega, na Universidade de Coimbra, do famoso beneditino frei João Turriano (1610-1679), que de 1640 a 1653 exerceu a função de arquiteto-mor de Portugal, sendo ele mesmo autor do projeto do Mosteiro da Graça (1645), em Salvador, do Mosteiro de Santos (1650), no Estado de São Paulo, e do Mosteiro da cidade de São Paulo (1598).
Entretanto, se a arquitetura beneditina brasileira dos séculos XVI e XVII é quase uma transposição daquilo que já se praticava em Portugal, podemos afirmar que ela é, antes de tudo, uma arquitetura da Contra reforma, influenciada notoriamente pela construção da Igreja de Gesù, de Roma, cujo arquiteto, Vignola (1507-1573), é considerado um dos maiores tratadistas italianos do século XVI.
A Igreja do Mosteiro de São Bento da Bahia teve sua planta visivelmente influenciada pela obra de Vignola. Seu arquiteto, frei Macário de São João, chegou ao Brasil no difícil período que se seguiu à invasão holandesa. Projetou, para o mosteiro “cabeça da congregação no Brasil”, uma igreja monumental, cuja portada sob a galilé foi assim descrita por Bazin: “o aspecto mais notável da igreja é a bela ornamentação clássica, aplicada sob a parede de fundo do pórtico; é o trabalho arquitetônico mais engenhoso do Brasil datado do século XVII”. Nesse sentido, a Igreja do Mosteiro da Bahia se difere da dos outros Mosteiros do Brasil pela sobriedade e grandiosidade de espaços. Embora sofrendo as influências do barroco nascente, a ausência das volutas barrocas, juntamente com a esplêndida iluminação que desce dos óculos de sua cúpula, a torna uma igreja majestosamente sóbria, com um gosto refinado e disciplinado, mar- cado decisivamente pela discretio beneditina. Vale ressaltar que o Mosteiro da Bahia possui uma das maiores coleções de obras de arte do Brasil, que vão de alfaias, objetos de prata e ouro, além de uma surpreendente coleção de livros raros, considerada a segunda maior do Brasil.


Evangeliário com encadernação em couro e decorado em prata
Quanto a frei Gregório de Magalhães, acima citado, sabemos que foi o responsável pelo traçado do Mosteiro de Santos, que já não se encontra em mãos beneditinas, e do de Nossa Senhora da Graça. Este último Mosteiro tem sua história intimamente ligada à da Bahia, já que sua doadora, a índia Catarina Álvares Paraguaçu, e seu marido, Diogo Álvares Caramuru, são considerados o primeiro casal cristão das terras brasileiras.
Catarina fará doação do Mosteiro da Graça em 1596, devido à sua devoção ao “Glorioso Patriarca São Bento”, nascida antes da chegada dos “monges bentos”. Da pequena ermida doada pela índia, quase nada restou, mas do mosteiro que nasceu ao lado da igreja anteriormente construída, sobraram a simplicidade espontânea imposta pelo projeto de frei Gregório de Magalhães, com claustro em arcos e igreja no estilo colonial ainda com sua torre sineira original. A Igreja da Graça é considerada o primeiro santuário mariano do Brasil.
Se a arquitetura dos mosteiros da Bahia foi marcada pelo despoja- mento quase total das talhas barrocas e rococós, o mesmo não se pode dizer do mosteiro da cidade do Rio de Janeiro. Sua igreja é uma das principais representantes do barroco brasileiro e seu conjunto arquitetônico é um dos mais belos construídos na América do Sul.
Os primórdios da história daquela abadia nos diz que foram os monges frei Pedro Ferraz e frei João Porcalho os primeiros a pisarem em terras cariocas, advindos do Mosteiro da Bahia. Chegaram ao Rio por insistência das “principais pessoas desta cidade do Rio de Janeiro”, que rogaram ao frei Antônio Ventura do Latrão, fundador do Mosteiro da Bahia e seu primeiro abade, que “lhes mandasse religiosos para nela fundarem um mosteiro a expensas das suas possibilidades”. O convite feito aos monges da Bahia mostra o grau de respeitabilidade que estes impuseram por seus laboriosos trabalhos na edificação do cenóbio baiano e seu superior grau de respeito, adquiridos pela retidão de vida de seus religiosos. Podemos considerar como data oficial da fundação do Mosteiro do Rio de Janeiro o dia 25 de março de 1590, quando da doação efetuada por Diogo de Brito de Lacerda.
O projeto do mosteiro nascente contou, em 1617, com os préstimos do grande engenheiro-mor Francisco Frias de Mesquita, a quem se deve boa parte da construção das fortalezas que permeiam as costas brasileiras. Ressaltamos que os ideais estéticos e as formas construitivísticas desenvolvidas pelos beneditinos em toda a Europa serão transferidas para as terras do além-mar, fazendo com que a arte beneditina do Brasil, direcionadas, pelos ideais de contemplação, fosse uma reprodução das experiências e acertos construtivísticos do “velho mundo”, embora apresente algumas características peculiares.
O Mosteiro do Rio, por exemplo, tem o seu conjunto monumental muito próximo dos desenvolvidos nas fortalezas portuguesas e brasilei- ras, mas a grandiosidade de sua obra está na simplicidade e bojo de uma arquitetura sóbria, quase militar, mas que trás em si um refinado gosto pelo contraste luz-sombra, marca indelével da arquitetura colonial brasileira, aqui representada por uma gestualidade construtivística aprimora- da, mas inteiramente monástica.


Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro

Coube a frei Bernardo de São Bento assumir, a partir de 1684, a direção das obras da igreja do cenóbio carioca, “ajudado da curiosidade e conhecimento de alguma geometria e princípios de arquitetura militar, na qual gastei algum tempo de estudo”, segundo ele mesmo escreveu sobre suas pesquisas. Seu depoimento é essencial para entendermos a arquitetura desenvolvida no Mosteiro do Rio. Esta, por sua vez, torna-se erudita pela dedicação de Frei Bernardo, que afirma: “aplicando-me a estas obras, e correndo muitos anos com elas, não perdendo ocasião de consultar toda a pessoa ciente e inteligente nesta matéria, gastando muitas horas de estudo, na direção dela, e no que podia colher de alguns livros que tratam desta arte”.
O depoimento de frei Bernardo nos mostra o espírito daqueles que primeiro fizeram as artes beneditinas no Brasil. Nenhum outro espírito os inspirou senão os ideais da própria vida monástica, transposta com fidelidade para as terras brasileiras. Sua humildade em consultar “pessoas cientes e inteligentes em arquitetura” denota seu espírito humilde de monge, que não faz prevalecer suas ideias, mas “o que é melhor para todos”. Ao mesmo tempo, seu espírito de homem erudito será construído por horas de leitura e trabalho laborioso, num atestado de que a vida beneditina fora implantada em terras do Brasil sob o signo da oração, do trabalho e do estudo.
No século XVIII, outro nome será associado ao Mosteiro do Rio, na pessoa do brigadeiro José Fernandes de Pinto Alpoim (1700-1765), responsável pelo feitio do claustro arcado e sua majestosa biblioteca.
Outro conjunto de espetacular mérito arquitetônico é o Mosteiro de Olinda, em Pernambuco. O Padre Arlindo Rupert, no seu livro A Igreja no Brasil, afirma que o convento fora fundado em 1590, porém, Pereira da Costa discorda, afirmando ter sido o dito Mosteiro fundado em 1592. Seja de que modo for, é certo que sua fundação se deu entre os anos de 1586 a 1592.
Após estarem hospedados na Igreja de São João Batista e na Igreja de Nossa Senhora do Monte10, começaram a construção de seu mosteiro a partir de 1597. Naturalmente, o prédio passou por uma série de modificações ao longo dos séculos, principalmente do século XVIII, até tomar suas feições atuais. É desse período a Capela-Mor, ampliada entre 1770 e 1780. Sua peça mais importante é o retábulo central, trabalho expressivo e de sensível beleza, executado por frei José de Santo Antônio Vilaça, que teve como modelo o retábulo-mor do Mosteiro de Tibães, em Portugal. Entretanto, as expressivas volutas esculpidas em madeira e revestidas de ouro refletem o gosto do barroco desenvolvido no sul da Alemanha.
Faz-se notar uma preocupação constante dos construtores que tra- balharam no prédio do dito Mosteiro em fazer transparecer, na área privada do convento, a luz resplandecente de Olinda, contrastando com o azul do mar. Esse capricho se tornou próprio dos mosteiros brasileiros, que, construídos sobre montes, tinham uma visão privilegiada do mar, demonstrando o seguimento cassinense de privilegiar os altos montes, como se esses fossem verdadeiros altares da contemplação, propiciando um contato direto com a natureza, representada aqui pela flora, pela fauna e pela proximidade do mar. Nesse sentido, todos os mosteiros têm em comum a escolha de terrenos privilegiados. Mesmo os mosteiros que não possuíam vista para o mar, como o de São Paulo, não deixaram de ter posição estratégica e de destaque dentro da topografia da cidade, com vista para rios caudalosos e visão plena do verde intenso que circundava seus muros, quando do período da construção.
No que tange à escultura religiosa brasileira, os monges beneditinos merecem destaque especial, pois sua produção não apenas seguiu o gosto estético do seu tempo; eles também produziram obras de arte de importância fundamental para as artes brasileiras, cujo refinamento pode ser contemplado até os nossos dias.
Merece especial destaque a produção artística de apurado rigor artístico de frei Agostinho da Piedade (1590-1661), cuja obra foi descoberta pelo célebre historiador beneditino alemão, monge do Mosteiro da Bahia, Dom Clemente Maria da Silva-Nigra.


Dom Clemente Maria da Silva Nigra, OSB
Fundador do Museu de Arte Sacra da UFBA

Trabalhando exclusivamente no barro cozido, frei Agostinho, oleiro de acurado rigor técnico, legou-nos uma obra de valor inestimável para a arte sacra brasileira. Suas esculturas refletem o real espírito monástico, pois o que produziu, sob um prisma de pura contemplação, está como a que convidar o observador a um profundo estado de oração. Algumas de suas peças têm a regularidade das composições renascentistas, outras, uma monumentalidade que nos faz pensar nos ícones do cristianismo dos primeiros tempos. Já o gracioso Menino Jesus de Olinda (1640), adormecido e com uma das mãos apoiando a cabeça, lembra as figuras orientais de Buda. Assim, frei Agostinho não mostra apenas o ecletismo de estilos pelos quais transitou, mas a capacidade de diálogo com diversas linguagens estilísticas, próprias de um monge erudito.


Capela- mor do Mosteiro de São Bento de Olinda

Contrastando com o caráter geral de sua obra, pela emoção e expressão transcendentes, é notável a escultura intitulada São Pedro Arrependido, do Mosteiro da Bahia. É bom lembrar que no Brasil dos primeiros tempos, o barro era visto como arte “pobre” e dos pobres. Frei Agostinho da Piedade e seu discípulo, frei Agostinho de Jesus, monge do cenóbio de São Paulo, ultrapassam o preconceito dos seus contemporâneos, produzindo em barro uma arte refinada, sendo os primeiros a produzir no Brasil, e com o barro do Brasil, obras que, de algum modo, expressam o próprio espírito da vida que levavam intra muros. Nesse sentido, os historiadores das belas-artes no Brasil consideram os trabalhos dos ceramistas beneditinos de valor inigualável, impondo características próprias às artes incipientes nas terras brasílicas. 


São Pedro Arrependido, séc. XVII 

Suas imagens têm drapeados mais leves, os gestos são mais livres, as atitudes têm mais naturalidade, as crianças são mais vivas. Ambos os Agostinhos foram contemporâneos de Bernini, embora suas obras não se juntem ao estilo barroco. O que mais evoca suas maneiras de esculpir é o estilo gótico, repousado da arte francesa do século XV, mas sob um prisma renascentista tardio.
Outro monge que merece destaque é frei Ricardo do Pilar, que para muitos equivale ao Fra Angélico da Itália. Nascido em Colônia, na Alemanha, veio para o Brasil ainda jovem, para trabalhar no Mosteiro do Rio de Janeiro, onde deixou seu valioso trabalho de pintura. Suas telas são de uma disciplina germânica sem igual no Brasil, criando um clima compatível com o misticismo que a cena retrata, mediante o hábil uso do claro--escuro. Sua mais notável obra é o Senhor dos Martírios, de quase 3 m de altura e que se encontra na sacristia do Mosteiro do Rio de Janeiro. A importância de seu trabalho é inegável, tanto assim que a quase totalidade dos críticos de arte colonial o colocam como raiz axial da escola sulista de pintura. Na verdade, os mosteiros brasileiros tiveram a preocupação de gerar entre seus monges verdadeiros artistas, para que expressassem, por meio de seus trabalhos, o sentir beneditino.
Outro conjunto arquitetônico que merece destaque é o que se formou na cidade de São Paulo. Vale dizer que no Estado de São Paulo foram fundados outros quatro mosteiros: o de Santana do Parnaíba em 1643, o de Santos em 1650, o de Sorocaba em 1660 e o de Jundiaí em 1668. Destacamos, outrossim, o Mosteiro da Capital Paulista pela pungente arquitetura que, mesmo sendo reconstruído no século XX, traz a marca da mentalidade que se imporá no monaquismo beneditino a partir de 1895.
Sua construção se deu no local onde outrora dominara Tibiriçá, o Caçador de Esmeraldas, cujos restos mortais repousam no centro de sua nova igreja. Vale lembrar que o mosteiro fundado na então pobre Vila de São Paulo foi de fundamental importância para a população local, tendo os monges bentos trabalhado “na distribuição dos sacramentos e no atendimento dos paulistas que partiam para perigosas empreitadas.
Sua igrejinha acolhia mulheres angustiadas pela ausência dos maridos, e recorriam a Deus, enquanto ouviam os monges rezarem o Ofício Divino e celebrarem a Santa Missa”.
O primitivo Mosteiro fora construído sob o traço de frei Gregório de Magalhães. Entretanto, na primeira década do século XX, todo o prédio do mosteiro será demolido para dar lugar ao atual, desenhado pelo prof. Richard Berndl, que projeta um conjunto de grande harmonia e inegável imponência e, depois, decorado pelo pintor e escultor belga Dom Edelberto Gressnight, responsável pela arte que se contempla na igreja abacial e que fora discípulo do ilustre Dom Desidério Lenz, fundador da Escola de Arte Beneditina de Beuron, no sul da Alemanha.


Abadia de Nossa Senhora da Assunção - SP

Se por um lado os monges pensavam, desenhavam e administravam os mosteiros e igrejas que iam surgindo nas principais cidades brasileiras, por outro, a parte braçal da obra cabia aos escravos. A maioria dos historiadores das artes no Brasil têm preferência em falar dos arquitetos e artistas acadêmicos. Todavia, pouco ou nada falam a respeito dos es- cravos e de sua importância no desenvolvimento do patrimônio móvel e imóvel ao longo dos séculos. Portugal conheceu a escravidão de povos africanos desde o século XV, advindos especialmente do tráfico negreiro. Ao chegarem ao Brasil, os primeiros monges não viram nenhum problema de contar com a mão-de-obra escrava para a construção de seu patrimônio imobiliário. Os “escravos da religião”, como serão conhecidos os negros que serviam às igrejas, conventos e mosteiros, estariam, assim, conforme a mentalidade da época, servindo não apenas aos senhores temporais, mas ao próprio Senhor dos homens.
Deve-se a eles, e aos tantos outros mestres-de-obras que se sucederam ao longo dos séculos, a locomoção das pedras, a produção da argamassa, a produção da cal, o fabrico de ferramentas em metal, e muitos outros serviços que prestaram na qualidade de cativos. Os mosteiros brasileiros chegaram a ter juntos, só para citar o século XVIII, mais de 3 mil cativos.
Não há dúvida, finalmente, de que esses diversos negros sejam responsáveis, mesmo que não tivessem consciência do fato, pelo crescimento extraordinário do patrimônio monástico ao longo dos séculos, seja transportando cargas para a construção das igrejas e conventos, seja como pedreiros, carpinteiros, ferreiros, entalhadores, serventes, ou mesmo como artistas anônimos, cujos nomes se perderam, mas cujo reconhecimento é meritório.


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